quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Café com farinha.


Hoje, como sempre, depois da leitura da Bíblia na Rua, cheguei em casa e preparei o meu café na minha cafeteira elétrica.
Quando a locomotiva começou a fazer barulho, percebi que não havia pão. Pensei, não vou sair para comprar pão. Vou tomar café com farinha. Depois vi que era farofa. Farofa gostosa que Adriana comprou e colocou numa vasilha de plástico. Um gole de café e uma colherada de farofa, mais um gole de café e mais uma colherada de farofa, e assim foi, até que não quis mais. Que delícia! Que coisa gostosa! Quantas lembranças do meu tempo de criança!
Depois vieram outras lembranças. Lembranças dos meus tempos de crente novo há 50 anos quando ouvia os discursos dos executivos de missões falando da infelicidade do povo do sertão. Como eu ficava irritado quando ouvia aqueles discursos descrevendo o povo do sertão, o povo da roça, como sendo um povo infeliz porque não tinha o conforto da cidade. Diga-se de passagem que até hoje ainda me sinto desconfortável quando escuto alguém que não entende nada de roça, nada  de sertão, nada do sentimento do povo do sertão, querendo transferir sua infelicidade para o povo feliz do sertão. O motivo do discurso é correto, quer comover o povo da cidade a dar ofertas para sustentar a obra missionária no interior do país. Mas o que está errado é a imagem falsa que passa do povo sertão para conseguir o intento. Eu me sentia muito mal ouvindo aqueles discursos descrevendo o meu povo, a minha gente, como se fosse um povo infeliz. Eu me sentia humilhado e triste. Mas, verdade é que ao mesmo tempo ficava com vontade de ser missionário e voltar para o meu sertão.
O pensamento veio mais para perto, e lembrei-me de uma mensagem do Ruben Alves no Congresso Brasileiro de Teologia, no Seminário Metodista, em Rudge Ramos, São Paulo, há cerca de 30 anos, quando ele disse que não comemos a coisa, mas a ideia que temos da coisa. Pensei, o meu café com farinha é só meu, é o meu café com farinha que eu tomava quando era menino no interior da Bahia. Eu não estou tomando qualquer café com farinha, eu estou tomando o meu café com farinha, a minha ideia de café com farinha.
Adriano Pereira de Oliveira, Tapiraí, SP.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Recordando uma linda história!

Aproveito o dia do aniversário de Adriana, 29 de outubro, para recordar um pouco da nossa história, minha e dela.
Eu tomei conhecimento do nome dela num grupo de debates dirigido pelo irmão Vital Sousa no ano 2008.
Foi assim, o Pastor Wagner Antonio de Araújo postou uma mensagem no grupo sobre um curso que iria oferecer.
Uma pessoa de nome Adriana Oliveira escreveu pedindo informação sobre o referido curso.
A minha atenção foi despertada pelo nome e sobrenome dela. Pensei, eu sou Adriano Oliveira, agora me aparece uma pessoa de nome Adriana Oliveira! Vou ver quem é. Anotei o endereço de e-mail dela e a convidei para ser minha amiga virtual no Orkut. Ela aceitou. Conversa vai, conversa vem, descobri que era uma jovem solteira, crente batista, membro da Primeira Igreja Batista de Piedade, SP.
Eu estava divorciado há 16 anos e pastoreava Igreja Batista de Flórida Paulista, mais de 500 kms distante de Piedade. Mas a Providência Divina cooperou conosco, e no dia 25 de abril de 2009, dia do meu aniversário, nos casamos.
Ela era funcionária concursada do Município de Votorantim, SP, estava numa posição previlegiada, exercendo um cargo de confiança. Deixou tudo. Como havia a possibilidade de tirar uma licença não remunerada por três anos, ela não pediu o desligamento imediato, mas estava decidida a pedi-lo no final dos três anos.
Nosso plano era nos casarmos e irmos para Rondônia.
Eu tinha lido num livro de aconselhamento matrimonial que era melhor para o novo casal não ir para o ambiente conhecido de um dos cônjuges e desconhecido do outro, era melhor começar em um ambiente desconhecido de ambos ou conhecido de ambos, para ficarem em pé de igualdade nos relacionamentos. Gostei da idéia.
O pastor Joil Dias de Freitas, líder batista em Rondônia, tinha nos indicado algumas igrejas naquele estado para visitarmos com vistas ao pastorado.
Nosso plano era nos casarmos e viajarmos imediatamente para Rondônia para visitarmos as referidas Igrejas. Mas à medida em que foi se aproximando o dia do casamento, sentimos que não era ainda o tempo de irmos para Rondônia.
Agradecemos a gentileza do Pastor Joil, e ficamos em Flórida Paulista onde eu já estava há nove anos, um ambiente conhecido para mim e desconhecido para ela. Onde ela foi muito bem recebida.
Em julho de 2010, creio que também pela Providência Divina, deixamos o pastorado da Igreja Batista de Flórida Paulista. Ficamos na cidade até o dia 31 de outubro daquele ano.
Recebmos três convites. Um para ser pastor titular de uma Igreja Batista em uma cidade vizinha a Presidente Prudente. Outro para participar de um pastorado colegiado em Belo Horizonte. E o terceiro para tomar conta de uma Congregação da PIB de Piedade, de onde Adriana tinha saído.
Não foi fácil tomar a decisão. Chegou um momento em que eu disse ao Senhor, "Senhor, se Tu não me mostrares qual é a Tua vontade até amanhã, eu vou reunir os pastores da cidade aqui em minha casa, vamos orar, e eu vou fazer um sorteio, e iremos para o lugar que for sorteado".
Depois que falei assim com Deus, a coisa clareou. Lembrei-me de que eu tinha dito ao Pastor Carlos Dias, da PIB de Piedade, que eu tinha receio de pastorear uma Congregação porque eu sempre tinha sido pastor titular e tinha medo de não conseguir ser suficientemente submisso para seguir as orientações do pastor titular. Lembrei-me também da resposta dele:
"Pastor Adriano, Tapiraí é uma Congregação da PIB de Piedade, mas lá o irmão vai ser o pastor titular, nós não vamos dar palpite, só iremos lá se o irmão nos chamar. Outra coisa, sabemos que o irmão gosta de se envolver na vida social e política da cidade, fique à vontade. Sabemos também que o irmão tem o seu ministério na internet, tudo bem. Só queremos que o irmão more lá e tome conta da Congregação. Não vamos cobrar resultados do irmão porque quem dá o crescimento é Deus."
Pronto. Decisão tomada. Vamos para Tapiraí. Dia 1º de novembro de 2010, eu e Adriana entramos no nosso Ford Corcel II, ano 1980, cedinho, e às 16:00 horas já estávamos em Piedade, sãos e salvos.
Na segunda-feira seguinte, a mudança chegou em Tapiraí, na casa que já tínhamos alugado, e onde estamos até hoje.
Assim, que de acordo com a Providência Divina, quando chegou o final dos três anos da licença não remunerada de Adriana, ela estava bem aqui, pertinho de Votorantim. Oramos, pedimos a direção de Deus, e ela retornou ao seu emprego.
Louvado seja Deus por tudo!
Adriano Pereira de Oliveira, Tapiraí, SP.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Como viver bem na melhor idade

Mais informações com o autor, pastor Eli Bento Corrêa, bento.correa@uol.com.br

  

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Missionária Ana Wollerman.


Hoje, 18/10/2013, recebi um gentil telefonema da Missionária Esther Ergas convidando-me para o culto de inauguração do monumento dedicado à memória da Missionária Ana Wollerman, com data prevista para 13 de dezembro deste ano na cidade de Dourados, MS.


A irmã Esther Ergas era uma amiga inseparável da Missionária Ana Wollerman.


Desde o falecimento da Missionária Ana Wollerman em 18 de fevereiro de 2008, nos Estados Unidos da América do Norte, a irmã Esther Ergas e o irmão Gete Otano da Rosa, filho na fé da falecida, vinham lutando para trazer as cinzas do corpo daquela querida missionária para o Brasil e depositá-las em um memorial.


As cinzas já estão no Brasil, e com o apoio do pastor e vereador de Dourados, Sergio Nogueira, o monumento deverá ser inaugurado na data mencionada acima.


Farei o possível para estar em Dourados naquela data, se Deus permitir.


Louvado seja Deus por tudo!


Adriano Pereira de Oliveira, Tapiraí, SP.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

O presidente da Convenção estava lá também.

Carlos, filho do missionário norte-americano, Pastor Paulo Stouffer, era um jovem muito bem humorado.
 
Certa ocasião, quando eu era pastor em Ponta Porã, MS, o Pastor Paulo Stouffer, levando um grupo de jovens de Campo Grande para realizar um trabalho evangelístico no Paraguay, passou em minha casa. Carlos estava junto. Eu acompanhei o grupo até o Consulado do Paraguay em Ponta Porã para providenciar a documentação. Foi tudo muito simples para os brasileiros, inclusive para o Carlos que também era brasileiro. Mas quando chegou a vez do Pastor Paulo Stouffer, já não foi tão simples porque ele não era brasileiro. Carlos olhou para ele e, em tom de brincadeira, disse:
 
- Se você fosse brasileiro seria tudo mais fácil!
 
Ano 1982, Campo Grande, MS, fim do regime militar, a campanha para a primeira eleição direta para governador do estado está nas ruas. Dr. Wilson Barbosa Martins, do PMDB, é o candidato favorito. Num domingo à noite, o Pastor Paulo Stouffer percebe que Carlos não está presente no culto na Igreja Batista, da qual ele era membro. Em casa, depois do culto acontece o seguinte diálogo entre o pai e o filho:
 
- Carlos, meu filho, eu não vi você no culto esta noite.
- Eu estava no comício do PMDB.
- Você acha que é certo um crente deixar de ir ao culto para ir a um comício?
- O presidente da Convenção estava lá também.
 
Assunto encerrado. O presidente da Convenção Batista Sul-mato-grossense era o pastor Adriano Pereira de Oliveira que era candidato a deputado estadual pelo PMDB naquele ano, e tinha ido de Ponta Porã até Campo Grande para participar daquele grande comício.
 
Carlos, meu amigo, onde está você? No próximo ano, serei candidato a deputado estadual novamente, se Deus permitir. Desta vez, será em São Paulo.
 
Fraterno abraço!
 
Adriano Pereira de Oliveira, Tapiraí, SP.
 
 
 

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Informando aos amigos.

Informo a todos que pretendo ser candidato a deputado estadual em São Paulo em 2014.
Será minha nona candidatura, se Deus permitir.
Já fui candidato a vereador cinco vezes, cada vez em um município diferente, no Mato Grosso do Sul e em São Paulo.
Já fui candidato a deputado estadual duas vezes no Mato Grosso do Sul.
Já fui candidato a deputado federal uma vez em São Paulo.
Sei que os amigos de qualquer lugar do Brasil e do mundo poderão me ajudar, se quiserem, porque quase todos, ou todos, quem sabe,  têm um parente ou amigo em São Paulo, para quem poderão pedir o voto para mim, e todos poderão orar por mim independentemente do lugar onde estiverem.
Só pediria o seguinte, se alguém está pensando em dizer que é contra o pastor na política, por favor, não diga, eu já sei, muitos já me disseram isto.
Se alguém está pensando em dizer que todo mundo que entra para a política se corrompe, por favor, não diga, eu não corro esse risco porque já sou corrupto por natureza.
Muito obrigado!
Adriano Pereira de Oliveira, Tapiraí, SP.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Meu primeiro dia em São Paulo.

Nasci no município de Jequié, Bahia, no dia 25 de abril de 1943. Meu sonho desde criança era vir para São Paulo. Com sete anos de idade fui levado por meu pai juntamente com minha madrasta e meus irmãos para as matas da região do Contestado, onde hoje é o norte do Espírito Santo. Com 16 anos de idade vim para São Paulo sozinho. A viagem foi emocionante, uma mistura de curiosidade e medo.
Meu primeiro dia em São Paulo foi 21 de julho de 1959. Desembarquei do trem na Estação do Norte, no Brás, e fui para a casa do senhor Manoel Alves Aranha, irmão de Zózimo Alves Aranha, que morava no mesmo endereço, Rua Izanga, 19, Freguesia do Ó. Fui para lá porque o Zózimo, a quem conheci em Itamira, ES, tinha me dado o endereço. Louvo a Deus por ter me levado até aquela casa onde dormi minha primeira noite em São Paulo. Mas não me esqueço de uma frase, nada animadora, dita pelo dono da casa:  "Meu filho, São Paulo é terra onde filho chora e pai não vê."
No dia seguinte, fui para a casa de um tio que eu não conhecia, e no dia 1º de agosto, dez dias depois de chegar em São Paulo, comecei a trabalhar como office-boy numa multinacional alemã.

Daí para frente, foi só trabalho e estudo. Muitas coisas aconteceram em minha vida. Morei em muitos lugares. Conheci muita gente. Tive alegrias e tristezas. Fui para outros lugares e voltei para São Paulo duas vezes.
Tive oportunidade de concluir quatro cursos superiores, Teologia, Filosofia, Pedagogia e Direito. Casei, gerei filhos, e já tenho oito netos.

Hoje, 54 anos depois do meu primeiro dia em São Paulo, aos 70 anos de idade, aposentado, continuo atuando como Pastor Batista, e disponível para fazer aquilo que Deus permitir.

Louvado seja Deus por tudo!

Obrigado, São Paulo!

Adriano Pereira de Oliveira, Tapiraí, SP.

www.memoriasdoadriano.blogspot.com.br