Confesso que de vez em quando fico muito angustiado quando penso na farofa
financeira praticada por algumas igrejas e instituições religiosas.
O que eu chamo de farofa financeira é o jeito que algumas igrejas e
instituições religiosas adotam no levantamento e aplicação dos recursos
financeiros.
Exemplo, a igreja recebe dízimos e ofertas regularmente para a
manutenção dos seus serviços, e ao mesmo tempo pede aos irmãos que dêem uma
oferta especial para comprar o lanche da festinha das crianças ou para outra
coisa qualquer.
No meu entendimento, isso demonstra uma desorganização financeira, uma
farofa financeira, ou uma chantagem emocional. O certo seria a igreja fazer um
orçamento com entradas e saídas e especificar em que seria gasto o dinheiro
recebido através de dízimos e ofertas.
Outro exemplo, uma instituição missionária recebe das igrejas parte do
plano cooperativo e o total das ofertas missionárias levantadas em dias
especiais com a finalidade de sustentar os missionários nomeados ou contratados
por ela, e ao mesmo tempo pede aos referidos missionários que visitem as
igrejas procurando quem os adote financeiramente, quem os sustente
financeiramente, ou pedindo dinheiro para comprar escovas de dente para as
crianças desse ou daquele campo missionário.
O certo, a meu ver, seria cada instituição missionária fazer a opção por
um dos modelos de sustento, ou seja, quer sustentar os seus missionários
através dos recursos do plano cooperativo e das ofertas missionárias ou quer
adotar o plano de adoção missionária?
Dou meus parabéns à MIAF e à JOCUM porque já fizeram essa opção, cada
missionário tem que correr atrás do seu sustento, e ponto final.
Não estou dizendo que essa seja a melhor opção, mas estou dizendo que é
necessário fazer uma opção, ou seja, cada instituição missionária precisa
escolher que modelo de levantamento e aplicação de recursos irá adotar. E cada
igreja precisa fazer a mesma coisa. Caso contrário, estarão praticando uma
farofa financeira, uma desorganização financeira, e contribuindo para que a
vida do povo de Deus seja uma farofa financeira, uma desorganização financeira.
Tenho dito.
Adriano Pereira de Oliveira,
Pastor Batista da Convenção Batista Brasileira desde 1972.
Tapiraí, São Paulo, Brasil, 3 de maio de 2018.