sábado, 29 de dezembro de 2018

Meu oitavo ano nove


Se eu estiver vivo no início do ano de 2019, estarei entrando no meu oitavo ano nove.
Mudanças radicais em minha vida sempre aconteceram no ano nove.
Meu primeiro ano nove foi 1949, porque nasci no ano de 1943. Comecei o ano com uma mudança radical e dolorosa em minha vida. Minha querida mãe faleceu dia 28 de dezembro de 1948. Comecei o ano de 1949 órfão de mãe, com menos de seis anos de idade.
Meu segundo ano nove foi também um ano de mudança radical. No dia 18 de julho de 1959, com 16 anos de idade, deixei Itamira, Espírito Santo, e vim para São Paulo, sozinho.
O ano de 1969 foi também um ano de mudança radical. Orientado por meu pastor, Walter Wedemann, deixei o meu emprego de período integral para me adaptar à nova vida de seminarista, com um emprego de meio expediente no Colégio Batista Brasileiro, enquanto estudava Teologia na Faculdade Teológica Batista de São Paulo, e recebia ajuda financeira da Igreja Batista de Perdizes, em troca de alguns serviços. Nesse ano nasceu o meu segundo filho, o Cláudio.
O ano de 1979 me encontrou como pastor da Primeira Igreja Batista de Ponta Porã (MS), e envolvido na criação da Faculdade Teológica Batista do Oeste do Brasil, da qual fui eleito primeiro diretor. Foi um ano muito agitado.
O ano de 1989 me encontrou no pastorado da Igreja Batista do Bairro do Limão, São Paulo (SP), e no curso de Pedagogia na Universidade de São Paulo (USP), mas na metade do ano deixei o pastorado e a USP para assumir a reitoria do Seminário Teológico Batista Ana Wollerman, em Dourados (MS).
No ano de 1999, eu estava no pastorado da Igreja Batista do Belém, São Paulo (SP), e lecionando no Instituto Betel de Ensino Superior. No final do ano, deixei o pastorado da Igreja. Continuei no Betel até o final de junho do ano 2000. Em agosto daquele ano, assumi o pastorado da Igreja Batista de Flórida Paulista (SP), onde permaneci durante dez anos.
O ano de 2009 foi também um ano de profunda mudança em minha vida porque depois de estar divorciado há 16 anos, e pastoreando sem uma companheira, Deus permitiu que eu me casasse com Adriana no dia 25 de abril, dia do meu aniversário.
Repetindo, se eu estiver vivo no início do ano 2019, e desejo muito estar, estarei entrando no meu oitavo ano nove, desejando sempre servir ao Senhor junto com minha amada esposa Adriana.
Louvado seja Deus por tudo!
Que mudanças o ano de 2019 me trará?
Que mudanças Deus fará em minha vida em 2019?
Só Deus sabe.
Adriano Pereira de Oliveira, Adriano Cacolespo.
Tapiraí, São Paulo, Brasil, 7 de dezembro de 2018.

Bolsonaro se despede dos vizinhos e parte rumo a Brasília


quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

sábado, 22 de dezembro de 2018

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

sábado, 17 de novembro de 2018

terça-feira, 25 de setembro de 2018

segunda-feira, 7 de maio de 2018

sexta-feira, 4 de maio de 2018

Farofa financeira


Confesso que de vez em quando fico muito angustiado quando penso na farofa financeira praticada por algumas igrejas e instituições religiosas.

O que eu chamo de farofa financeira é o jeito que algumas igrejas e instituições religiosas adotam no levantamento e aplicação dos recursos financeiros.

Exemplo, a igreja recebe dízimos e ofertas regularmente para a manutenção dos seus serviços, e ao mesmo tempo pede aos irmãos que dêem uma oferta especial para comprar o lanche da festinha das crianças ou para outra coisa qualquer.

No meu entendimento, isso demonstra uma desorganização financeira, uma farofa financeira, ou uma chantagem emocional. O certo seria a igreja fazer um orçamento com entradas e saídas e especificar em que seria gasto o dinheiro recebido através de dízimos e ofertas.

Outro exemplo, uma instituição missionária recebe das igrejas parte do plano cooperativo e o total das ofertas missionárias levantadas em dias especiais com a finalidade de sustentar os missionários nomeados ou contratados por ela, e ao mesmo tempo pede aos referidos missionários que visitem as igrejas procurando quem os adote financeiramente, quem os sustente financeiramente, ou pedindo dinheiro para comprar escovas de dente para as crianças desse ou daquele campo missionário.

O certo, a meu ver, seria cada instituição missionária fazer a opção por um dos modelos de sustento, ou seja, quer sustentar os seus missionários através dos recursos do plano cooperativo e das ofertas missionárias ou quer adotar o plano de adoção missionária?

Dou meus parabéns à MIAF e à JOCUM porque já fizeram essa opção, cada missionário tem que correr atrás do seu sustento, e ponto final. 

Não estou dizendo que essa seja a melhor opção, mas estou dizendo que é necessário fazer uma opção, ou seja, cada instituição missionária precisa escolher que modelo de levantamento e aplicação de recursos irá adotar. E cada igreja precisa fazer a mesma coisa. Caso contrário, estarão praticando uma farofa financeira, uma desorganização financeira, e contribuindo para que a vida do povo de Deus seja uma farofa financeira, uma desorganização financeira.

Tenho dito.

Adriano Pereira de Oliveira,
Pastor Batista da Convenção Batista Brasileira desde 1972.
Tapiraí, São Paulo, Brasil, 3 de maio de 2018.

A paz de espírito dá saúde ao corpo

segunda-feira, 30 de abril de 2018

terça-feira, 24 de abril de 2018

quarta-feira, 18 de abril de 2018

segunda-feira, 16 de abril de 2018

terça-feira, 10 de abril de 2018

domingo, 8 de abril de 2018

quarta-feira, 4 de abril de 2018

quarta-feira, 28 de março de 2018

terça-feira, 27 de março de 2018

sábado, 24 de março de 2018

Deus já cumpriu o meu desejo


Hoje, 24 de março de 2018, depois de ler o capítulo 7 do Livro de Neemias e o capítulo 22 do Livro de Josué, juntamente com minha esposa Adriana, cheguei à conclusão de que Deus já cumpriu o meu desejo.

Qual desejo?

Meu desejo, quando eu era jovem, era ser pai de doze filhos. Mas Deus me deu inicialmente quatro filhos: Pedro, Cláudio, Luciana e Ana Carolina. Fiquei pensando que o meu desejo não tinha sido satisfeito.

Mas hoje, depois de ler os textos referidos acima, cheguei à conclusão de que Deus já me deu os doze filhos que eu queria e poderá me dar muitos outros através deles, conforme relato em seguida.

Pedro já me deu dois filhos, Ana Carolina e Pedro Henrique.

Cláudio já me deu dois filhos também, Laura e Lucas.

Luciana já me deu um filho, Levi.

Ana Carolina já me deu três filhos, Pedro Paulo, Luiz Paulo e Gabriela.

Conclusão, Deus já me deu os doze filhos que eu queria e ainda me deu genros e noras que são como filhos para mim.

Louvado seja Deus por tudo!

Adriano Pereira de Oliveira,

Tapiraí, São Paulo, Brasil, 24 de março de 2018.

O amor vence a morte

quarta-feira, 21 de março de 2018

segunda-feira, 19 de março de 2018

sábado, 17 de março de 2018

Recadastramento dos membros da igreja

Este artigo foi escrito quando eu era pastor da Igreja Batista de Flórida Paulista, entre 2000 e 2010.

Dentro do princípio bíblico e batista do compartilhamento entre irmãos, postei em alguns grupos e em lista particular de pastores e irmãos em Cristo o método que a Igreja Batista de Flórida Paulista usa para atualizar o seu rol de membros.
 
Resumindo, de vez em quando a Igreja convoca uma assembléia extraordinária para estabelecer um prazo para o recadastramento, distribui fichas para todos os membros, e, findo o prazo, a Igreja, em assembléia, oficializa o novo rol de membros, com aqueles que devolveram a ficha de recadastramento devidamente assinada.
 
Muitos pastores me escreveram, interessados no assunto.
 
Por isso, estou escrevendo agora sobre a eticidade e a legalidade do método.
 
Alguém definiu educação como sendo aquilo que fica, depois que esquecemos tudo que aprendemos. Gosto dessa definição.
 
No campo da Ética Bíblica e do Direito,  estou me lembrando agora de algumas coisa que aprendi em minhas peregrinações pelas escolas.
 
No campo da Ética Bíblica, estou me lembrando de que ética é a ciência que trata do certo e do errado. Estou me lembrando também de que quando temos que escolher entre o bem e o mal, a escolha é fácil, escolhemos o bem. Quando temos que escolher entre duas coisas boas, escolhemos a que causa o bem maior. Quando temos que escolher entre duas coisas más, escolhemos a que causa o mal menor.
 
Neste momento, estou entendendo que o recadastramento como forma de atualização do rol de membros das igrejas batistas é um método correto, e é o que causa o bem maior e o mal menor.
 
No campo do Direito, estou me lembrando de que uma das diferenças entre o Direito Público e o Direito Privado é que no Direito Público, os seus agentes devem fazer tudo que ele determina, e no Direito Privado, os seus agentes podem fazer tudo que ele não proíbe.
 
As igrejas são regidas pelo Direito Privado, pelo Código Civil, então, as Igrejas podem fazer tudo que ele não proíbe. Não há proibição no Código Civil para se fazer a atualização do rol de membros das Igrejas através do recadastramento.
 
O assunto pode constar no Estatuto da Igreja, mas se não constar, basta ter um artigo dizendo que os assuntos omissos são resolvidos pela assembléia da Igreja. Nem tudo pode constar no Estatuto, fica para os assuntos omissos.

Adriano Pereira de Oliveira


Terceirização do trabalho das igrejas batistas

Quando começou a terceirização do trabalho das igrejas batistas brasileiras?

Todos sabemos que as igrejas primitivas doutrinavam seus membros em todas as áreas da vida cristã, preparavam e elegiam seus pastores dentre seus próprios membros, e realizavam a evangelização de casa em casa e nas ruas todos os dias.

As igrejas batistas procediam assim também antigamente.

Mas chegou um momento em que as igrejas reunidas decidiram que seria melhor terceirizar a preparação de pastores, e criaram uma instituição para isso e passaram a responsabilidade para ela. 

Em seguida, chegaram à conclusão de que deviam terceirizar também a evangelização de povos distantes, e criaram uma instituição para isso e passaram a responsabilidade para ela.

Mais tarde, alguns líderes acharam que as igrejas locais não estavam dando conta de cuidar bem dos casais da igreja, e que seria melhor criar instituições para cuidar só de casais, e sugeriram que as igrejas terceirizassem também esse serviço, e assim contribuiriam também para movimentar os negócios de transporte, turismo e hotelaria.

Não demorou muito, e alguns perceberam que as igrejas não estavam ensinando seus membros a evangelizar, e criaram  instituições para ensinar os crentes a evangelizar, e sugeriram que as igrejas terceirizassem também esse serviço, e assim criaram emprego para muitos professores de evangelismo, mesmo que seus alunos não pratiquem depois o que aprenderam com eles.

E por fim, aquela instituição que tinha sido criada para evangelizar os povos distantes, e que tinha criado um projeto chamado Trans para evangelizar os povos que viviam às margens da Rodovia Transamazônica, resolveu criar Trans por todos os lados, e pressionar as igrejas locais para que terceirizem também a evangelização dos seus vizinhos, dos moradores da rua da igreja, dos vizinhos dos crentes, para que sejam evangelizados por pessoas de outros lugares porque as igrejas locais mesmo tendo terceirizado a preparação de seus pastores, a preparação dos seus membros e a preparação dos seus casais, não estão dando conta de evangelizar a sua rua e o seu bairro, assim, é preciso que venham pessoas de outros lugares, pessoas que também, via de regra, não estão evangelizando os seus vizinhos, e que viajam para longe para evangelizar os vizinhos dos outros.

E com tudo isso, o que se ouve falar mesmo é de planos e mais planos, metas e mais metas, alvos e mais alvos, e que venham mais terceirizações!

Adriano Pereira de Oliveira, Tapiraí, SP.

Contribuição para o resgate de uma bela história


Sei que há pessoas que devem saber muito mais do que eu sobre a história da Educação Teológica em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Quando cheguei lá em 1973, havia dois grandes líderes entre os batistas, Jonathan de Oliveira e Williams Balaniuc, pessoas que amo e respeito.

Mas quero escrever resumidamente, sem anotações, o que guardo em minha mente sobre o assunto.

A primeira notícia que li sobre a Educação Teológica no Mato Grosso se encontra num Livro de Atas da Primeira Igreja Batista de Ponta Porã, MS, onde está escrito que na década de 1940 funcionou nas dependências daquela Igreja um curso teológico ligado ao Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil e coordenado pelo Missionário John Riffey.

O curso era oferecido de maneira intensiva, em regime de internato, o qual era dirigido pelo pastor Valdir Vilarinho e sua esposa Candinha.

Entre os alunos daquele curso estava o índio Adriano Ferreira que foi pastor por muito tempo na região de Corumbá.

Infelizmente, um dos Livros de Atas daquela Igreja daquela década estava desaparecido quando lá estive como pastor entre 1973 e 1987. Não sei se já foi encontrado.

A segunda notícia que tenho sobre a Educação Teológica no Mato Grosso é sobre o Instituto Teológico Batista do Oeste que funcionou em Campo Grande nas décadas de 1950 e 1960 onde se destacou como diretor o baiano Gutenberg Rodrigues Silva.

Em seguida, começou a funcionar um Instituto de Férias nas dependências do Colégio Osvaldo Cruz em Dourados, o qual foi o ponto de partida para a criação do Instituto Teológico Batista Ana Wollerman no ano de 1974.

Quero aqui lembrar que o homem forte que esteve ao lado da Missionária Ana Wollerman naquele momento inicial da história e que foi o responsável pela administração da instituição e construção de quase todos os edifícios tanto do Instituto como do Seminário Ana Wollerman foi o pastor Williams Balaniuc, que foi auxiliado e depois sucedido pelo professor Ivan Araújo Brandão, que deu continuidade ao período de expansão patrimonial. Somente a Capela e a Biblioteca não foram construídas por eles, as quais foram construídas na gestão do escritor destas linhas.

Em 11 de outubro de 1977 foi criado o estado do Mato Grosso do Sul, tendo Campo Grande como capital, mas a Convenção Batista do Mato Grosso, que já tinha sua sede em Campo Grande, continuou uma só para os dois estados até 1979 quando em uma assembleia em Cáceres foi criada a Convenção Batista Centro América, com sede em Cuiabá, para congregar as igrejas batistas do Mato Grosso, ficando o novo estado com velha Convenção.

Foi naquela assembleia em Cáceres que foi criada a Faculdade Teológica Batista do Oeste do Brasil, com sede em Campo Grande, cujo nome foi escolhido através de pesquisa para resgatar a história do antigo Instituto Teológico Batista do Oeste.

O relator do Grupo de Trabalho que criou a FTBOB foi o autor destas linhas que tinha em mente uma instituição semelhante à Faculdade Teológica Batista de São Paulo, de onde procedia, com uma estrutura leve, de baixo custo, com curso noturno, diferentemente do pensamento de muitos que procediam do Seminário Teológico Batista Sul Brasil que tinha uma estrutura pesada com sistema de internato.

O diretor do Grupo de Trabalho foi eleito naquela assembleia em Cáceres para ser o primeiro diretor da FTBOB, o qual fez todos os preparativos para o início das aulas.

Entre os projetos apresentados pelo diretor ao Conselho Administrativo estava o Projeto Sunamita que consistia em sugerir aos crentes batistas residentes em Campo Grande que construíssem em suas casas um quartinho para o homem de Deus, o seminarista, no qual deveria ter uma cama, uma mesa, uma cadeira e um candeeiro (uma lâmpada), plano esse que não teve a devida consideração do Conselho Administrativo.

Finalmente, a disputa entre o sul e o centro, entre Dourados e Campo Grande, levou o diretor a renunciar, mas não fez com que ele perdesse o amor pela educação teológica no Mato Grosso do Sul.

E ela disse a seu marido: Eis que tenho observado que este que sempre passa por nós é um santo homem de Deus.
Façamos-lhe, pois, um pequeno quarto junto ao muro, e ali lhe ponhamos uma cama, uma mesa, uma cadeira e um candeeiro; e há de ser que, vindo ele a nós, para ali se recolherá.
2 Reis 4:9-10

Adriano Pereira de Oliveira, Tapiraí, SP.

sexta-feira, 16 de março de 2018

quarta-feira, 7 de março de 2018

segunda-feira, 5 de março de 2018

sexta-feira, 2 de março de 2018

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

sábado, 24 de fevereiro de 2018

Missionária Ana Wollerman

Logo após o falecimento da Missionária Ana Wollerman, ocorrido dia 18 de fevereiro de 2008 nos Estados Unidos da América do Norte, a missionária Esther Ergas me deu a missão de escrever alguma coisa do coração sobre minha convivência com a referida missionária. Dona Ana, como nós a chamávamos, nasceu dia 13 de dezembro  de 1910. 

Tia Ester, como é conhecida entre os alunos do Seminário Ana Wollerman, disse que muita coisa já foi escrita sobre Dona Ana, mas ela queria que eu escrevesse algo que partisse do coração, e não de pesquisas em livros.

É isto que vou procurar fazer neste modesto artigo. Primeiramente, quero salientar que Esther Ergas é a pessoa que mais conviveu com Ana Wollerman, tanto no Brasil, como nos Estados Unidos. Foi sua companheira inseparável.

A primeira vez que ouvi falar de Ana Wollerman, surgiu em minha mente um pensamento, uma comparação, Ana Wollerman é para o Mato Grosso (naquele tempo ainda não tinha sido criado o Mato Grosso do Sul) o que Rosely Appleby foi para Minas Gerais, ou seja, uma avivalista, uma mulher de oração.

Foi isso que constatei a partir de 1973, quando assumi o pastorado da Igreja Evangélica Batista de Ponta Porã. Eu tinha lido muito sobre avivamento espiritual, pois fui discípulo de Enéas Tognini. Percebi que o que estava ocorrendo no sul do Mato Grosso, região de Dourados, era um verdadeiro avivamento espiritual. Pessoas se convertendo em grande quantidade, grandiosos encontros de jovens para louvor e oração, muitos jovens sendo vocacionados para o ministério, muita alegria, muito fervor espiritual, muito amor entre os irmãos. Era o ambiente que eu desejava para começar o meu ministério.

Logo tomei conhecimento de que tudo tinha começado quando alguns obreiros daquela região, liderados pela missionária, sentiram o desejo de clamar fervorosamente ao Senhor. Entre eles, estavam a missionária Esther Ergas, o pastor Washington Antenor de Souza, da PIB de Dourados, o evangelista Nelson Alves dos Santos e o diácono José Pereira Lins. Mais tarde, chegou também o pastor Williams Balaniuc para reforçar o grupo.

Foi em consequência desse avivamento que surgiu um Instituto de Férias, que em 1974 se transformou em Instituto Teológico Batista Ana Wollerman, e que hoje é uma Faculdade Teológica credenciada pelo MEC.

Durante o tempo em que estive em Ponta Porã, 1973 - 1987, servi ao Seminário como professor e como membro do Conselho Administrativo, ocupando algumas vezes a presidência. No início, os professores não recebiam salários, eram voluntários, mas não tinha salário maior do que o privilégio de conviver com aquele ser humano maravilhoso que era a querida missionária Ana Wollerman, e ouvir suas palavras de gratidão. Eu ficava emocionado quando ela dizia para mim:

- Como eu louvo a Deus pela vida do irmão!

Dona Ana sempre desejou que eu algum dia assumisse a direção do Seminário. Por sugestão dela, fui convidado duas vezes para assumir a direção do Seminário. A primeira, quando o pastor Williams Balaniuc deixou a direção. A segunda, quando o professor Ivan Araújo Brandão saiu. Mas entendi que não era o momento de assumir.

Mais tarde, em 1989, quando eu estava pastoreando a Igreja Batista do Bairro do Limão, em São Paulo, e ela já estava aposentada nos Estados Unidos, veio o terceiro convite. Aí, fui exortado pelo meu irmão Abel Pereira de Oliveira a aceitá-lo. Ele disse:

- Rapaz, quando Deus fala pela terceira vez o negócio não é brincadeira!

Deixei a Igreja Batista do Bairro do Limão e o curso de Pedagogia na USP, e fui assumir a reitoria do Seminário num período de crise, quando a torneira estava fechada, e os dólares não estavam vindo dos Estados Unidos. Mas graças a Deus a confiança foi restabelecida, a torneira se abriu, e, num período de três anos, construímos a capela e a biblioteca.

Dona Ana ajudou financeiramente muita gente. Eu mesmo fui ajudado por ela a participar da Campanha Evangelística promovida pela nossa Junta de Missões Mundiais em Portugal e na Espanha, em 1984. A ajuda dela foi fundamental para minha participação.

Louvado seja Deus por tudo!

Adriano Pereira de Oliveira.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Conversando com a boiada


O que mais me chama a atenção
É que o negócio está mudado
A conversa é com a criação
Não é mais com o dono do gado.

Quem antes recebia a grana
E alegre entregava a boiada
Achando que era bacana
Vender de porteira fechada

Agora está desiludido
Com o novo sistema adotado
Pelo comprador precavido
Que fala direto com o gado.

A culpa é da cibernética
Que fez uma revolução
Sustentando a nova ética
Que fala com o cidadão.

Adriano Pereira de Oliveira, Tapiraí, SP.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Minha peregrinação

Minha peregrinação
Muito cedo começou,
Mexe com meu coração
Quando lembro o que passou.

De minha querida Bahia
Cedo tive de partir
Sabendo pra onde ia
Sem chorar e sem sorrir.

Chegamos ao Contestado
Que era terra de ninguém,
De Minas era reclamado
E do Espírito Santo também.

Mas virou terra capixaba
Cultivada por baiano
E mineiro camarada,
Um ao outro apoiando.

Mas logo o tempo passou
E surge antigo desafio
Que o tempo despertou,
Com ele o menino sorriu.

São Paulo está esperando,
O meu coração falou
A hora está chegando
Pois o tempo já passou.

Foi assim que adolescente
Iniciei nova jornada
E num estalo, de repente
Deixei a terra capixaba.

E em São Paulo cheguei
Onde tive oportunidade,
Estudei e trabalhei
Não pensando em vaidade.

Queria ser advogado
Mas primeiro fui pastor
Conforme foi determinado
Por Deus Nosso Senhor.

Mas novo tempo chegou
E Deus me locomoveu
São Paulo pra trás ficou
E Mato Grosso apareceu.

Foi assim a minha vida
Depois dos trinta de idade
Exercendo minha lida
De cidade em cidade.

Hora estando em Mato Grosso
Hora na terra paulista
Mas sempre fazendo esforço
Juntando amigos na lista.



Adriano Pereira de Oliveira, Tapiraí, São Paulo, Brasil.